A erliquiose canina, também conhecida como “doença do carrapato”, é uma infecção bacteriana grave transmitida por carrapatos que afeta principalmente cães.
É uma das doenças mais temidas por tutores de cães, especialmente em regiões com alta infestação de carrapatos. Embora seja uma condição séria, a detecção precoce e o tratamento adequado podem aumentar as chances de recuperação do animal.
O que é a erliquiose canina?
A erliquiose é uma infecção causada por diferentes espécies de bactérias do gênero Ehrlichia. Nos cães, a espécie mais comum que causa a doença é a Ehrlichia canis, transmitida pela picada do carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanguineus).
Quando o carrapato se alimenta do sangue do animal, ele pode transmitir a bactéria, que invade as células sanguíneas, causando uma infecção sistêmica.
A erliquiose canina pode se apresentar de várias maneiras, dependendo do estágio da doença e da resposta do sistema imunológico do cão. Os estágios da doença incluem a fase aguda, subclínica e crônica, cada uma com suas características e sintomas específicos.
Como é a transmissão da erliquiose canina?
A transmissão da erliquiose ocorre exclusivamente através da picada de carrapatos infectados. O carrapato se torna portador da bactéria ao se alimentar de um animal infectado, e posteriormente, ao picar um cão saudável, ele transmite a bactéria.
É importante destacar que a erliquiose não é transmitida diretamente de cão para cão ou de cão para humano; a transmissão ocorre apenas através da picada do carrapato infectado.
Carrapatos podem ser encontrados em áreas de mato, parques, quintais e locais com grama alta. Eles se prendem à pele do cão e se alimentam do sangue do animal por várias horas ou até dias, transmitindo a bactéria durante esse processo. A proliferação de carrapatos é mais comum em estações quentes e úmidas, mas pode ocorrer durante todo o ano em regiões tropicais.
Quais são os sintomas da erliquiose canina?
Os sintomas da erliquiose canina variam de acordo com a fase da doença, que é dividida em três estágios: aguda, subclínica e crônica.
1. Fase aguda
A fase aguda ocorre logo após a infecção, geralmente entre 1 a 3 semanas após a picada do carrapato. Os sintomas podem ser sutis ou graves, dependendo da resposta imunológica do cão.
- Febre alta;
- Perda de apetite;
- Letargia;
- Perda de peso;
- Manchas avermelhadas na pele;
- Hemorragias nasais (epistaxe);
- Sangramento na urina;
- Alterações oculares e neurológicas.
Durante esse período, o sistema imunológico do cão tenta combater a infecção, e se não for tratada, a doença pode progredir para a fase subclínica.
2. Fase subclínica
Nesta fase, a bactéria está presente no organismo do animal, mas os sintomas não são tão evidentes. O cão pode parecer saudável, sem apresentar sinais de doença, mas a Ehrlichia ainda está afetando suas células sanguíneas.
A fase subclínica pode durar meses ou até anos, e muitos cães só são diagnosticados nesta etapa quando exames de sangue rotineiros revelam alterações, como uma diminuição no número de plaquetas.
Durante a fase subclínica, o cão pode permanecer infectado e, em alguns casos, seu sistema imunológico é capaz de controlar a infecção sem sintomas visíveis. No entanto, se a doença não for tratada adequadamente, ela pode evoluir para a fase crônica.
3. Fase crônica
A fase crônica da erliquiose canina é a etapa mais grave da doença do carrapato, ocorrendo quando a infecção não é tratada ou controlada adequadamente. Nessa fase, o sistema imunológico do cão está gravemente debilitado, levando a infecções secundárias e comprometimento severo da medula óssea.
Os sintomas mais comuns incluem anemia persistente, baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) e maior vulnerabilidade a sangramentos. Além disso, imunocomplexos formados no organismo podem se depositar nos órgãos do animal, causando problemas renais e artrite, que resultam em dor nas articulações e dificuldades de movimentação.
Como é feito o diagnóstico da erliquiose canina?
O diagnóstico da erliquiose canina, especialmente nas fases iniciais ou subclínicas, é fundamental para garantir a recuperação completa do animal. A doença do carrapato pode ser silenciosa em sua fase subclínica, sem sintomas visíveis, mas isso não significa que o cão não esteja infectado.
Por isso, informar ao médico-veterinário que seu pet foi picado por um carrapato ou esteve em áreas com alta presença desses parasitas é um passo crucial para acelerar o diagnóstico.
Ao relatar essa exposição ao carrapato, o veterinário já terá uma pista importante sobre a possível infecção por Ehrlichia canis, o que o levará a solicitar exames específicos.
Os testes sorológicos são frequentemente usados para identificar a presença de anticorpos contra a bactéria, mesmo que o animal não apresente sintomas. Estes testes detectam a resposta imunológica do cão à infecção e podem confirmar a presença da erliquiose mesmo na fase subclínica.
Além disso, outros exames, como o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), podem ser solicitados para detectar o DNA da bactéria diretamente no sangue do animal, confirmando o diagnóstico com maior precisão.
O hemograma completo também é uma ferramenta essencial, ajudando a identificar alterações no número de plaquetas, glóbulos vermelhos e brancos, o que pode indicar que o sistema imunológico do cão está comprometido.
Com o diagnóstico precoce, o tratamento pode ser iniciado imediatamente, aumentando as chances de cura, mesmo nas fases mais avançadas da doença.
Como é o tratamento da erliquiose canina?
O tratamento da erliquiose canina é feito principalmente com o uso de antibióticos, sendo a doxiciclina o medicamento mais comumente prescrito. A doxiciclina é eficaz no combate à Ehrlichia e é administrada por um período que pode variar de 3 a 4 semanas, dependendo da gravidade da infecção. O veterinário pode prescrever outros antibióticos em combinação ou, em alguns casos, dependendo do estado do animal.
Além dos antibióticos, outras medidas podem ser necessárias para tratar os sintomas e complicações da erliquiose, como:
- Transfusões de sangue: nos casos em que o cão desenvolve anemia severa ou tem uma contagem baixa de plaquetas, as transfusões de sangue podem ser necessárias para estabilizar o animal;
- Fluidos intravenosos: para cães com desidratação ou insuficiência renal, a administração de fluidos intravenosos pode ser fundamental;
- Suporte nutricional: em casos de perda de apetite e perda de peso severa, a suplementação alimentar pode ser necessária para ajudar o cão a recuperar sua força;
- Medicamentos anti-inflamatórios: o veterinário pode prescrever medicamentos anti-inflamatórios para ajudar a reduzir a dor nas articulações e a inflamação causada pela doença.
É essencial que o tratamento seja realizado até o fim, mesmo que os sintomas melhorem antes do término do tratamento, para garantir que a infecção seja completamente eliminada.
Como prevenir a erliquiose canina?
A prevenção da erliquiose canina é baseada no controle rigoroso de carrapatos. Como a transmissão da doença ocorre exclusivamente pela picada de carrapatos infectados, a melhor forma de prevenir a erliquiose é manter seu cão livre de carrapatos. Algumas medidas preventivas eficazes incluem:
- Uso de antiparasitários: o uso regular de produtos antiparasitários, como coleiras, sprays, shampoos, pipetas e comprimidos, ajuda a manter os carrapatos longe do seu cão. Esses produtos devem ser aplicados de acordo com a orientação veterinária e conforme indicado na embalagem.
- Verificação regular: faça uma inspeção cuidadosa no seu cão, especialmente após passeios ao ar livre, em áreas de mato ou locais com vegetação alta. Se encontrar carrapatos, remova-os imediatamente com uma pinça própria para isso.
- Limpeza do ambiente: carrapatos podem se esconder no ambiente em que o cão vive, como jardins, quintais e canis. Mantenha esses locais limpos e trate o ambiente com produtos específicos para controle de carrapatos, sempre seguindo as instruções de uso.
- Evitar áreas infestadas: evitar passeios com o seu cão em áreas com alta infestação de carrapatos, como parques e trilhas não tratadas, é uma medida importante para prevenir a exposição à doença.
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A erliquiose canina é uma doença grave, mas que pode ser tratada e controlada com sucesso quando diagnosticada precocemente. Manter o controle de carrapatos é a melhor forma de prevenir a infecção, e é essencial que os tutores fiquem atentos aos sinais clínicos que indicam a presença da doença.
Se você suspeitar que seu cão foi exposto a carrapatos ou está apresentando sintomas como febre, letargia ou sangramentos, procure imediatamente um veterinário para avaliação e diagnóstico.
O tratamento rápido é fundamental para aumentar as chances de recuperação e garantir a saúde e bem-estar do seu companheiro de quatro patas.
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